Liga Portuguesa Contra o Cancro preocupada com redução do número de hospitais a realizar cirurgias ao cancro da mama

A Liga Portuguesa Contra o Cancro está preocupada com as eventuais consequências da redução do número de hospitais autorizado a fazer cirurgias ao cancro da mama. A reação surge no seguimento da deliberação da Direção Executiva do SNS, esta quinta-feira (29 de fevereiro), que determina que sete unidades locais de saúde deixam de realizar cirurgias a partir do dia 1 de abril.

 

 

A decisão da Direção Executiva do SNS (DE-SNS) de retirar sete Unidades Locais de Saúde da lista de unidades hospitalares que realizam cirurgias ao cancro de mama vem, assim, alterar a rede de referenciação para a cirurgia da neoplasia. De acordo com a DE-SNS, deve restringir-se o tratamento cirúrgico do cancro da mama a instituições que realizem pelo menos cem cirurgias por ano e tenham pelo menos dois cirurgiões dedicados.

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) mostra-se preocupada com as eventuais consequências desta decisão. Para Vítor Rodrigues, membro da Direção da LPCC, no diagnóstico e tratamento do cancro existem dois aspetos fundamentais a ter em conta: a qualidade (independentemente do tipo e características daquelas) e o tempo de atuação.

“Como princípio, o tratamento deve ser realizado em instituições apetrechadas e com equipas multidisciplinares experientes e competentes, mas a acessibilidade geográfica e temporal é também muito importante. Se os hospitais mais diferenciados não tiverem capacidade de resposta podem ocorrer atrasos de tratamento inaceitáveis. Por outro lado, haverá que diferenciar as situações menos graves, que requerem abordagens menos complexas, das mais graves, que requerem recursos mais complexos. Cabe aos responsáveis pela saúde equilibrar os dois braços da balança, tentando encontrar os melhores caminhos, a bem da saúde e bem-estar das pessoas”, conclui.

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