Pampilhosa da Serra – Radar Social entra em ação para identificar e encaminhar casos de vulnerabilidade social
O projeto Radar Social já está em funcionamento no concelho de Pampilhosa da Serra. “O objetivo é a georreferenciação de pessoas em situação de vulnerabilidade social, para depois haver uma resposta integrada dos serviços de proximidade”, explicou a Vice-Presidente da Câmara Municipal e responsável pela área Social, Alexandra Tomé, na apresentação pública do projeto que decorreu ontem, dia 16 de outubro, no Salão Nobre da Câmara Municipal.
Com a duração de 27 meses e abrangência total do território, o projeto resulta de “um desafio dentro do Plano de Recuperação e Resiliência lançado aos Municípios”, que vai fortalecer a capacidade de intervenção das entidades da Rede Social do concelho. “Não podíamos desperdiçar a oportunidade de fazer esta candidatura”, expressou Alexandra Tomé.
A implementação do Radar Social está a cargo de uma equipa composta por um técnico de sociologia e um técnico de geografia e planeamento, sendo que o seu trabalho assenta em duas dimensões essenciais previstas no Plano de Ação do projeto: sinalização e encaminhamento.
Na primeira, são identificados casos de pessoas, grupos ou famílias em situação de vulnerabilidade, devido a “problemas de saúde, habitação, risco de pobreza, exclusão, discriminação, entre outros”, detalhou o coordenador e técnico do Radar Social de Pampilhosa da Serra, Diogo Lopes.
A comunidade e as entidades concelhias desempenham um papel fundamental nesta etapa, dado que, conhecendo casos com estas características, podem reportá-los à equipa do projeto. Para o Presidente da Câmara Municipal, Jorge Custódio, não se trata de “invadir a privacidade de ninguém”, mas sim construir “uma rede que feche mais a informação e resolva os problemas de vulnerabilidade o mais rápido possível”. “Enquanto sociedade todos nós temos uma parte a fazer”, reforçou.
Numa lógica de intervenção holística, uma vez validada a sinalização pelos técnicos e depois de recolhido o consentimento obrigatório para a atuação, a segunda fase consiste no encaminhamento para serviços/respostas locais, como a Segurança Social, o SAAS, a GNR, o IEFP, os Serviços de Saúde, entre outros, em função da especificidade do caso.
O encerramento dos processos, para o Radar Social, dá-se quando se verifica uma das seguintes situações: quando não há vulnerabilidade social; há vulnerabilidade (não grave) mas não há consentimento; não há consentimento; há vulnerabilidade grave sem consentimento – sinalização para a Saúde Pública ou Ministério Público; Impossibilidade de localizar as pessoas sinalizadas; Situação já em acompanhamento ou Situação já sinalizada.
A equipa do projeto pode ser contactada através do e-mail radar.social@cm-pampilhosadaserra.pt ou, provisoriamente, através do contacto geral da Câmara Municipal (239 590 320).
Recorde-se que esta iniciativa está inserida no investimento Nova Geração de Equipamentos e Respostas Sociais e é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), medida C03-i01-m03 – Radar Social, admitindo a constituição de 278 equipas para implementação deste projeto piloto, em Portugal continental.