UGT. “É necessário que o dinheiro chegue rapidamente às empresas”

Central sindical esteve entre os parceiros que foram recebidos no passado dia 15, exigindo ao Governo dinheiro de apoios na tesouraria das empresas até ao fim do mês.

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, acompanhado pelo seu adjunto Sérgio Monte e Lucinda Dâmaso, presidente desta central sindical, disse no passado dia 15, “olhos nos olhos”, em reunião com António Costa, ser necessário que “o dinheiro chegue rapidamente às empresas” que estão em dificuldades devido à crise provocada pela pandemia de covid-19, exigindo menos burocracia no acesso às linhas de financiamento.

É necessário que o dinheiro chegue rapidamente às empresas”, afirmou Carlos Silva aos jornalistas no final de uma reunião em São Bento, Lisboa, com o primeiro-ministro, António Costa, que hoje recebeu os parceiros sociais para discutir as condições da retoma da atividade económica.

“Venha da Europa, venha do Estado português, é necessário desburocratizar e colocar celeridade nisto [no acesso às linhas de crédito]”, salientou o líder da UGT, sublinhando que “se as empresas encerrarem, os trabalhadores vão para a rua”.

Carlos Silva defendeu que é também “fundamental” reforçar a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), considerando que “o momento é excecional e exige medidas excecionais”. “É necessário que os inspetores vão para o terreno e que tenham apoio logístico”, afirmou o líder sindical, adiantando que tem ouvido relatos dos sindicatos a dizer que as visitas dos inspetores às empresas “não está a decorrer com a celeridade que se impõe”.

O ministro da Economia afirmou hoje que a grande preocupação do Governo, em interação com a banca, é fazer com que o dinheiro dos apoios chegue à tesouraria das empresas até ao fim deste mês.

Pedro Siza Vieira assumiu este objetivo em conferência de imprensa, em São Bento, após reuniões entre o primeiro-ministro, António Costa, e as confederações patronais e sindicais sobre as condições para o relançamento da economia portuguesa depois de ultrapassada a atual fase de crise sanitária provocada pela covid-19.

Confrontado com as críticas feitas duas horas antes pelo presidente da CIP, António Saraiva, de que os apoios do Estado ainda não chegaram às empresas, o titular da pasta da Economia contrapôs que esses apoios “têm estado a fluir de forma muito intensa”.

Covid-19: UGT e CGTP disponíveis para negociar novas formas de trabalho

A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) e a União Geral de Trabalhadores (UGT) destacaram, em entrevista ao “Fórum TSF”, nesta sexta-feira, que o Governo tem de criar condições para que seja garantido o distanciamento social e a higienização das empresas quando estas voltarem a abrir portas.

O secretário-geral da UGT defendeu que são precisas novas formas de trabalho para a reabertura faseada da economia. «Daí que a UGT esteja disponível para discutir em sede de concertação social, com o Governo e com os empresários, a forma de ultrapassar estas questões sem colocar em causa direitos e rendimentos de quem trabalha», assegurou Carlos Silva.

A líder da CGTP, por sua vez, disse que «terá de ser garantido que os trabalhadores não perdem retribuição nem ficam com os seus horários completamente desregulados». Para Isabel Camarinha, esta é uma situação que terá de ser vista «caso a caso, empresa a empresa ou sector a sector», porque «há normas e direitos de organização dos horários de trabalho que estão consagradas na lei, na contratação colectiva, que têm de ser respeitadas».

Sublinhou ainda que devem ser dadas garantias de «distanciamento entre os trabalhadores, equipamentos de protecção individual e higienização» das empresas. «Tem de haver orientações específicas sobre essas matérias e têm de ser garantidas. Não podemos retomar sem tomar as medidas necessárias de prevenção e de protecção dos trabalhadores», afirmou.

Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 581 casos de infecção por Covid-19 (19.022) e mais 28 vítimas mortais (657),  segundo o último relatório epidemiológico da Direção-Geral da Saúde, divulgado nesta sexta-feira, dia 17 de Abril.

Em Portugal, o decreto presidencial que prolonga até 2 de maio o Estado de Emergência iniciado em 19 de Março foi aprovado e prevê a possibilidade de uma «abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais».

De acordo com o último balanço da Agence France-Press, a partir de dados oficiais, foram registadas 145.673 mortos e pelo menos 2.182.740 casos de infecção em 193 países. Pelo menos 474.900 doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.

Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

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