Concertação Social – UGT: “Competitividade não pode continuar a crescer à custa de baixos salários”

Os parceiros sociais regressaram no passado dia 9, à mesa das negociações da concertação social, com vista à obtenção de um Acordo de Médio Prazo sobre Competitividade e Rendimentos, na qual foi também abordada as medidas do Orçamento do Estado para 2020.

Em declarações no final do encontro e transmitidas pela RTP3, o Secretário-geral da UGT, Carlos Silva, afirmou que deve haver medidas de equilíbrio já no Orçamento do Estado deste ano, para os trabalhadores, face às medidas apresentadas pelo Governo de compensações às empresas.

O líder sindical afirmou que a competitividade das empresas tem de estar lado a lado com a valorização salarial dos trabalhadores.

Carlos Silva referia-se à questão apresentada pelo Executivo de querer uma “melhoria substancial” do IRS em 2022 e não já no Orçamento deste ano, questionando se “as empresas merecem já compensação em 2020, os trabalhadores têm de esperar por 2022?”

“No IRS, a mexida em escalões, eventualmente um novo escalão ou novos escalões, [e/ou] a melhoria das taxas intermédias de IRS só se verificará a meio da legislatura”, revelou o Secretário-geral da UGT. Fazendo de seguida uma exigência: “Nós defendemos que se há medidas de compensação para as empresas, devem ser acompanhadas por medidas para os trabalhadores”.

Carlos Silva avisou que, ou há mudanças ou a UGT não assina qualquer. “Ou há efetivamente uma alteração de paradigma no nosso país e na nossa economia, ou então não vale a pena discutir acordos. Porque se houver acordos que só incidam sobre a competitividade e não melhorem os salários a UGT não está disponível para subscrever qualquer acordo com base nesta premissa.”

O dirigente sindical deixou ainda um desafio ao Governo para que este “não empurre com a barriga para a frente” as medidas que podem melhorar o rendimento disponível dos trabalhadores em Portugal. “O Governo devia ir mais além na melhoria dos rendimentos dos trabalhadores, sobretudo da classe média”, pediu.

Outros artigos

Back to top button
Close
Close